quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Além do que chamo de ilusão

Série "Poesias e Devaneios", Nº 16


Me sido transpassado...
Dos atos, as consequências...
Por ter sido prepotente, arrogante, insípido
Por fazer transbordar empáfia em cada palavra minha
Por não saber escolher, optando pelo pior


Mas também me sinto angustiado
Por também me sentir impotente em quase tudo
Por não ter o controle mais absoluto...
...do meu desejo e meus anseios
De me entregar à lascívia por um dia, e só, nunca mais
De simplesmente querer sumir, mas não poder de fato
De ter um álbum de fotografias em minha mente...
...impossível de ser rasgado, queimado ou descartado


E também me sinto encurralado
De não saber lidar comigo mesmo
De quando frases de efeitos ligam-me à histórias paralelas
Das vidas que não pude viver
De simplesmente querer estar em uma situação diferente


No final só vejo que
Abraços se desfazem
O sol se vai sempre
O café esfria
O refresco se torna morno e sem graça
Sorrisos são efêmeros
Minha cama fica menor a cada dia
Em meu rosto paira uma sombra
Meu espelho reflete aquele que ainda é adolescente por fora...
...mas por dentro adulto

Por mais que eu tente
Não irei mudar o tempo
Não irei mover montanhas
Não irei segurar o rio
Não irei alongar os dias...
...os quais ficarão mais curtos a medida do tempo

Não há mal que pra sempre perdure, diziam eles
Mas que mal que se instala na alma
Desacalenta o coração
Impossível de dizer como
Nem explicar

Um dia amei
Noutro, me despedi
Minha vida segue sendo
Uma sequência de interrupções abruptas...


Luís Eduardo G. Costa


"A minha sede é ferrenha,Mas meu corpo não morre"




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