sábado, 6 de fevereiro de 2016

Umbral

Série "Curtas", Nº 27



No meio do nada, pensando sobre tudo. Tantos arrependimentos, tantas dúvidas. Tantos desamores, onde sibilam ventos, corta-me o cenho.

Onde não há sorte, onde dominam rancores, se eu tivesse enfim, feito o que deveria ter sido feito, onde eu deveria ter ido.

Não vejo minha sombra, eu sou a sombra, eu sou o tudo e o nada, eu sou o chão, e nele estou. Minhas mãos gélidas, tento fechar os braços em mim, para que o pouco calor que me resta não me abandone. Em vão.

Não sinto sede, mas mesmo assim estou sedento, eu sei. Onde estou? O que eu realmente sou agora? Tornei-me o que exatamente? Eu não lembro.

A falta de lembrança me intriga, mas não é tanto assim. Como se tivesse na ponta da língua.

Esperando aqui uma redenção que nunca viria. Meu passado não me pertence."Tudo fica guardado em si, deste momento para frente vais colher os frutos de sua fé ou de seu desamor."



                      "Tudo fica guardado em si, deste momento para frente vais colher os frutos de sua fé ou de seu desamor."


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