sexta-feira, 23 de março de 2018

Sobre George Soros

Série "Reflexões Pessoais", Nº 36


Uma questão pertinente: Qual o ganho pessoal do bilionário George Soros em apoiar tanto as políticas de esquerda pelo mundo?



Interessante, não é mesmo?


Só tentar pensar fora da caixa: qual é o ganho pessoal de um cara da zona sul do Rio em 1968, filho de pais empresários (portanto burgueses) de defender o marxismo, que tomaria dinheiro dos próprios pais dele (e dele)? Qual o interesse desse mesmo jovem em pegar uma arma de fogo, juntar-se com outros jovens que pensam igual a ele e, por exemplo, praticar ataques terroristas (matando militares, mas também inocentes) e lutar contra a "ditadura militar" para implantar a Ditadura do Proletariado? Como uma pessoa pode se achar boa ao usar de todos os meios para destruir uma ditadura e querer ao mesmo tempo implantar outra?


Não sou dos que falam "Soros para todo lado" e vejo ele até em latinha de refrigerante, mas muitos bilionários acham injusto eles terem tanto e tantos terem tão pouco e, ao invés de darem suas fortunas aos pobres (o que eles, tal como o defensor de ditaduras que luta contra ditaduras, sabe que só ia fazer todo mundo ser pobre seis meses depois), eles a usam para influenciar governos para seus ideais humanísticos.


Exemplo, se um político é anti-racismo e a favor da imigração, se você, sendo um trilionário, não o apoiaria? Ou apoio a dezenas de políticos que pensam como ele? Quando colocam que todo bilionário é mau, é uma visão de mundo. Assim como nem todo pobre é bom (ser pobre é uma característica financeira, não moral), nem todo rico é mau. Alguns querem mudar o mundo "para melhor" e vários deles tem instituições beneficientes, outros estão investindo pesado em países pobres.


Só para citar um caso, Ellon Musk, bilionário sul-africano, investiu uns bilhões na Austrália. O objetivo dele era prover o país de energia barata e limpa criando uma rede de baterias pelo país. No que exatamente essas baterias ajudariam? Oras, se você tem um país com sol igual à Austrália (e o Brasil), por que você não investiria em energia solar que é limpa e grátis? Porque o sol só funciona metade do dia e em dias de sol. Choveu uma semana? seu país pararia de funcionar uma semana. Com essas baterias, as pessoas poderiam ter suas próprias estações de coleta de energia solar, e o governo também poderia usar para armazenar a energia que recebem durante dia e usar de noite. Todos ganham, diminuindo a dependência dos grandes capitalistas. Vejam, um bilionário que vai contra interesses de bilionários... Parecido com Soros, não?


Aí, depois dele investir alguns bilhões, mudou o presidente do país e, olha só... Ele não vai mais apoiar a iniciativa do Musk. Todo mundo perde porque um político quer que uns amigos dele não percam.


Sentiu a sacanagem?


Isso porque estamos falando da Austrália e não de um país africano com corrupção endêmica. Países nos quais outros bilionários - como Bill Gates - também investem muito em suas lutas contra a pobreza e são impedidos pelos governantes locais vez após vez.


Até aí, está seguindo meu raciocínio?


Não é porque alguém é bilionário que esse alguém é mau. Assim como não é porque alguém é rico (tipo o jovem marxista que citei lá em cima) que vai ser contra ideais políticos.


Mais ainda: bilionários que querem fazer a diferença encontram problemas ao lidar com políticos que, entre fazerem o bem a manterem seus privilégios, escolhem seus privilégios (e os de seus doadores de campanha).


Não adianta você, por exemplo, ir no Nordeste do Brasil e criar empresa de perfuração de poços artesianos e dar água de graça para o povo do interior poder plantar, crescer e ter melhor qualidade de vida se meia dúzia de fazendeiros que preferem essas pessoas passando fome para poder pagar menos que salário mínimo para eles trabalharem, sabe por quê? Porque tem político que, entre beneficiar 10.000 cidadãos e beneficiar 10 fazendeiros que doam para ele, vai criar leis para atrapalhar ou impedir de você de dar água de graça pro povo.


De novo, até aí está entendendo e concordando comigo?


Pois bem, Soros percebeu isso há mais de 20 anos. Segundo a vertente conspiracionista (que nem duvido nem acredito), Soros - ao perceber que sem poder político não adianta nada ter todo o dinheiro do mundo - passou a apoiar financeiramente grupos que tinham os mesmos interesses que ele. Uma globalização que "ajudasse" aos mais pobres e oprimidos. 


Se um grupo político, digamos, marxista, defende algo que ele defende, ele apoia. Outras vezes, um grupo defende algo que ele não apoia, mas esse grupo é inimigo de um grupo que vai contra os interesses de Soros, ele então defende esse grupo como um meio para determinado fim. Um exemplo interessante é o movimento feminista que é contra os "homens opressores machistas ocidentais", mas que defende os islâmicos, que por sua vez tratam mulheres pior do que animais em vários países. Não porque o referido movimento acha o machismo islâmico certo, mas ele faz isso porque ajudando o inimigo de seu inimigo, ele acha que está fazendo algo que vai ajudar sua causa, muitas vezes piorando a situação das mulheres mas se recusando a ver isso.


Por exemplo, tem que ser muito sem coração para, em meio à guerra civil na Síria, ser contra aceitar gente que foge da guerra. Soros tem coração e apoia políticos que são a favor de trazer esse pessoal para Europa. Soros também apoia redes de TV que apoiam a vinda de refugiados. Ele sozinho não é dono de nenhuma empresa, mas dá apoio para empresários ligados aos seus interesses virarem donos. Dá apoio a políticos que, por sua vez, dão apoio a esses empresários... 


Não é diferente do que você faz (ou eu faço) quando vota num político que tem ideais iguais aos seus e demoniza no Facebook os políticos que pensam diferente (ou os seguidores desses políticos), só que enquanto eu e você temos dois votos e 200 amigos no facebook, Soros tem dinheiro para fazer a diferença.


Então, a teoria da conspiração sobre Soros, não é de toda falsa. Não sabemos qual o alcance dele.


Nem se ele realmente tem alguma agenda. Mas os meios para isso ele tem e, para esquerda, sabemos que os "fins justificam os meios".




"Quem emergirá vitorioso na batalha ideológica, política e metafísica entre o nacionalismo conservador e o globalismo liberal?  Só o tempo irá dizer."


Nenhum comentário:

Postar um comentário