quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Eclipse

Série "Poesias e Devaneios", Nº 44


Nada é como antes
Nunca é
O sol deu umas duas voltas, ou três, 
queimou suas costas ou seu rosto?

Tudo mudou, nada mudou
Tudo segue, nada segue
Eclipsou

Uma vida pra poder viver três
a gente pensa, pensa muito

Nunca pensa, sempre pensa, 
mas nunca para pra pensar
mas para sempre pra chorar

Eu fui embora, e fui mesmo
Mas nunca fui, contudo fui sim
Me diz por que fui?
E por que você não impediu?

Fui por que quis, e quis eu mesmo
A gente fez por merecer
E pensa nunca merecer
Merecemos o desmerecimento

Você tem, como seu ser
Eu sei a minha forma de existir
Eu sei a minha forma de tentar
Tentamos igual ser felizes

No amor
Na dor
Na esperança
No tentar
No errar

Eu pensei que você era você
Você pensou que eu eu não era eu
Você pensou que eu ia relevar
Você pensou que eu ia aceitar

A gente promete 
Promete prender
Um abraço eterno
Mas vem tudo
Tudo tapa tudo

Tudo é universo
Quasar e partícula
Imbecil eu saber
Que meu abraço eterno de prisão
Foi violado

Nenhum de nós dois sabe quem é um ao outro.
Um é Sol, outro Lua
Ambos somos o Eclipse

Há quem brilhe na segunda fila e se eclipse na primeira.




terça-feira, 14 de agosto de 2018

Isso é ser "Fascista"?

Série "Reflexões Pessoais", Nº 41


Eu só quero que quando eu morra assassinado por consequência de um latrocínio não tenha alguém justificando a atitude da desgraça que me matou.

Eu só não quero ficar desempregado porque uma economia completamente engessada e pouco competitiva não cresce.

Eu só não quero passar o resto da minha vida pagando altos impostos para sustentar uma classe politica e uma classe de funcionários públicos cheios de privilégios descabidos que não produzem nada de valor.

Eu só quero ter o meu direito de auto defesa respeitado e meu o direito a posse de arma garantido.

Eu só não quero ser descriminado por uma politica segregacionista de cotas.

Eu só não quero financiar o whisky de quem vai em show de vagabundo que fica cantando "ih ih ih Jesus é Travesti"(sic) ou financiar aborto como método contraceptivo pelo SUS.

Eu só quero minha liberdade para poder mandar todos os jegues que defendem idéias socialistas tomarem no olho do cu.

Se isso tudo é de direita ou de esquerda, ou ser "fascista", eu já não sei, mas isso é o correto.

"Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir."
George Orwell

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Carta: "Eu te Odeio porque te Amo!


Série "Cartas Perdidas", Nº 27


Salto Veloso/SC - 13 de Março de 1998


Vejo você, passo por você!

Eu finjo que não te vejo, toda vez que passo por você.

Eu acho que sou um bom ator, mas sou eu quem acho isso, talvez eu não seja de fato. Mas eu sei perfeitamente que você passa por mim, e toda vez que isso acontece, é como um “Tsunami” transpassando meu corpo, e é assim que eu sinto quando sei que seu olhar perfurou a minha existência.

Um dialeto épico e desnecessário, é assim, pode achar piegas, mas não é, sou uma muralha, sou uma pessoa grosseira como ponta de barranco, mas você é minha deriva de opinião!

Talvez a gente nunca chegue num consenso, e você, acho, tentou me encarar por alguns segundos. Percebi isso, sempre desvio o olhar, não tento encarar, pois és você como meu maior medo e desejo ao mesmo tempo, és como uma fera que devora minha alma ao imaginar que você é simplesmente um ser humano tão simples e efêmero como eu, pois tenho plena consciência da nossa finitude.

Somos eu e você, homem e mulher, plenamente compatíveis com a capacidade de nos implodir em um amor destruidor, mas inconscientes, de forma unilateral, no caso você, que isso existe.

Eu tenho medo de tentar entender que eu amo algo que eu nem entendo o que é, que é uma imagem que eu criei de você, mas você é uma pessoa de carne e osso, por isso eu acabo por amando você como pessoa, e a pessoa que é tão linda que me queima os olhos toda hora que eu resolvo te encarar. Por isso não encaro.

Mas não encaro por isso mesmo.

Eu te odeio por que te odeio, seu olhar me faz te amar, e te odiar! Mas te amo!

"Mas nem amanheceu você já me esqueceu
Mais uma vez você vai,leva um pedaço de mim"




quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Monstros que não existem

Série "Reflexões Pessoais", Nº 40



A modernidade criou uma sociedade ansiosa e neurótica, onde vivemos em uma constante corrida onde não existe propósito no final dela. Não é por acaso que ensinamentos milenares de culturas do Oriente estão sendo espalhadas pelo Ocidente, pois a sociedade do Ocidente se encontra cada vez mais doente e vazia.

Hoje não conseguimos lidar com a ideia que o corpo físico morrerá, de que somos sozinhos, de que vivemos em um mundo idealizado por falsas crenças, de que somos insignificantes comparado com o Universo todo. 

Para viver uma existência tão insignificante o Ser humano idealiza esse conto de fadas onde o "Eu" está no centro, pois a ideia de que somos insignificantes e morreremos um dia, é considerada "pessimista" e radical, mesmo sendo a realidade. 

Acho que é de grande importância o homem tirar uns minutos do dia para refletir ou meditar, silenciar a mente e apenas "existir" pois dessa forma não se deixa a mente ociosa, refletimos sobre nossos objetivos, erros e analisamos nossas limitações, ou seja, um exercício de introspecção. 

Algo que percebo, principalmente em adolescentes e jovens adultos, é que suas mentes ociosas começam a teorizar sobre tudo e a criar monstros que nem existem, ao fazerem isso eles esquecem da máxima que é silenciar a mente e buscar a paz de espírito para poder lidar com todas as desilusões que acontecem no decorrer da vida.

Principalmente ao descobrirem como as coisas realmente são.

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." - João 8:32