sexta-feira, 26 de abril de 2019

Sobre a Problematização Infinita, ou Até as mais profundas fendas do inferno

Série "Curtas", Nº 39


Primeiro você tem um probleminha qualquer, como qualquer um de nós temos.

E aí você vira vitimista. De vitimista, você vira socialista. Daí, sendo socialista, você fica cada vez mais burro. Depois você vira um belo de um filho da puta.

E quanto mais burro e filho da puta, cada vez mais socialista você fica.

É a espiral da merda.

Sentir pena de si mesmo além de desvirilizante deve ser o maior dos pecados. É a morte da caritas.

Nessas horas me volta a impressão que o diabo pode ter se sentido completamente lesado quando Deus nos criou. 

Tive isso pela primeira vez depois de ler a sinopse da "Divina Comédia", do Dante Alighieri, onde o diabo, longe de ser um garotão loiro de olhos azuis bem resolvido e engraçado que faz a mulherada e os boiolas pirarem, é retratado como uma criatura aprisionada pela cintura no gelo, com asas inutilizadas e três cabeças que roem cada uma o corpo de um traidor famoso (no poema o fundo do inferno é dedicado aos traidores, o maior dos quais é o próprio diabo) e enquanto roem, choram constantemente. 

As três cabeças talvez representem que o diabo é o contrário da Santíssima Trindade, como uma paródia grotesca, porque enquanto Deus é onisciente, onipotente e ama a todos, o diabo é impotente, ignorante e odeia a tudo e a todos.

Talvez nas suas cabeças o diabo seja uma eterna vítima injustiçada.


"Moderação na defesa da verdade é serviço prestado à mentira."



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